segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Generalizações

Lembranças gerais da vida privada.
(Adriano Mariussi Baumruck)

Mesmo que você conheça uma pessoa,
Um homem ou uma mulher,
Que seja hétero ou não,
Que tenha os mesmos gostos que eu ou não,
Você vai lembrar de mim.

Mesmo que você transe com uma pessoa;
E mesmo que ela não tenha
Meu pau,
Meu sabor
Ou minha freqüência,
Você vai lembrar de mim.

Mesmo que nada desse sonho
Tenha acontecido entre nós,
(Por intermédio do destino,
Ou fadiga de ambas as partes),
Eu irei lembrar de ti.

Mesmo que você se mate
Em uma tarde tediosa de domingo,
Esperando assim, acabar com toda angústia,
Mas esperando ainda voltar cedo para casa,
Pois segunda é dia de branco,
Você vai lembrar de mim.

Mesmo quando eu estiver com alguma puta
Pega e paga em qualquer canto da Augusta,
Gozando a minha solidão,
Mais deprimente que as presentes na minha casa,
Mas melhor compreendida pela sociedade,
Eu irei lembrar de ti.

Mesmo quando você estiver tomando um café
E ele esfriar com seus pensamentos,
Salgar com as suas lágrimas
Ou amargar com o tédio do tempo,
E você se encontrar sozinha, sem um sorriso,
Um beijo, uma mordida ou uma risada,
Você vai lembrar de mim.

Por fim, quando o dia não andar,
Quando as vidas pararem e assim podermos respirar,
Iremos nos lembrar eternamente
De todo um mundo de possibilidades
Que podia ter nascido,mas que ficou nas lembranças
De tudo aquilo que nunca fomos.

2 comentários:

  1. Gosto das frases que parecem que não prendem nem a garganta, nem muito menos uma pedaço de papel.
    Gostei da ousadia com que usa as palavras!Parabéns pelo blog. (:

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  2. É, meu caro, a paixão move montanhas, gera poemas ricos (como este preciosíssimo e o anterior, Menina) e faz criar gostos, perdas e ganhos preciosos! Parabéns pelo excelente poema, ousado não nas palavras, mas no buscar a fundo cada gota que ele ainda pudesse oferecer pela amada musa...

    Há 'post' novo nos Morcegos, mais uma longa elucubração sobre vários temas desta minha fase corrida... Ainda haverá um derradeiro, no ar a partir de 25/12, mas estará programado, pois estarei viajando, mas cá estou a te desejar Natais e novos anos sem "solidões" (apenas a da Poesia, ré, ré) e com muitos mais e ricos poemas!

    Abração!

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