domingo, 21 de agosto de 2011

Pensando...

Vou pensar.
(Adriano Mariussi Baumruck).

Vou pensar
Na solidão das horas que não passam;
Vou pensar
Na confusão das vidas que me olham;
Vou pensar
Nas lembranças que de novo me matam;
Vou pensar
Em todos aqueles que me descartam
Me cospem
E me amam.

Vou pensar
Nas palavras que da boca não saem;
Vou pensar
Nas mentiras infindas que me esmagam;
Vou pensar
Em todas as mãos que não se tocam;
Vou pensar
Em todas as bocas que me falam
Me cospem
E me amam.

Vou pensar
Em todos os braços solitários;
Vou pensar
Em todos os corpos solitários;
Vou pensar
Em toda a minha incapacidade;
Vou pensar
...
-Não!!
Vou cuspir.
Vou amar.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Cigarros e amigos!

Entre amigos e cigarros.
(Adriano Mariussi Baumruck)

Meus amigos vão,
Meus amores vão,
Mas meu cigarro não.

Meus amigos me completam,
Meus amores me traem,
Minhas ideologias, idem.

Meus amores me traem,
Me tragam
E me matam;
E meu cigarro, também.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Depois das férias...

No fim das horas.
(Adriano Mariussi Baumruck).

Atualmente tenho estado muito doente. Acredito sofrer de um mal comum à maioria dos habitantes desse século, onde imersos em um aparato tecnológico imenso, vemos as horas passarem rapidamente, em superlativos maiores ainda, caindo pelo infindo penhasco da existência, enquanto nós, na frente das maravilhosas máquinas, vegetamos.

Por sua vez, quando temos algum tempo longe de tais tentáculos tecnológicos, ponderamos com um certo pesar tudo o que passou, e concluímos que faltou dia no final das horas.

Um sinal claro dessa agonia que me cerca - e a todos - , é uma sucessão de estranhos acontecimentos que tenho presenciado. Tais fatos brotam dentro de meu corpo e de lá não saem, ficam vagando naquele território já conhecido e, por consequência, me atormentando; porém, refletem-se por tudo o que me rodeia.
Ao menos uma vez ao dia sou acometido por um enfadonho e clichê pensamento depressivo que corta meu dia de maneira lenta e cega. Dolorida. Posso reparar que em certas ocasiões tal pensamento se estende por dias e semanas.

Devo destacar que fato contrário também ocorre, pois quando sigo de maneira cinza e despretensiosa com as minhas tarefas, vejo-me logo regozijando em meio a uma gama infinda de matizes alucinógenos de cores que entram rasgando meu peito, animando-me por horas.

Levando em conta essa alegria repentina, ou essa depressão - tão repentina quanto - , acredito que tais sensações, distúrbios, percepções, ou seja lá que nome queiram dar, nos são dados por algo maior, funcionando como uma espécie de bálsamo proporcionado por uma falta de tempo pungente e aterradora, fazendo-nos concluir que a vida é algo efêmero e inconclusivo.