sábado, 29 de maio de 2010

Olhos de ressaca.

Seus olhos.
(Adriano Mariussi Baumruck)

Seus olhos;lágrimas infindas no mar.
Esperança perdida no ar;
Vontade perdida na vontade;
Epifania de uma novidade.

Seus olhos; tão raras pedras
De uma preciosa contradição
Das experiências vividas
Nos sonhos que vão.

Espero encontrar seus olhos
No final da minha vida,
Mesmo que mentirosos
Ou cheios da vontade perdida.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Solidão amiga do peito.

Solidão sem flores.
(Adriano Mariussi Baumruck)

Não escrevo a procura de respostas,
Nem tento reafirmar as coisas certas.
Escrevo meus versos pobres
Para iludir minha solidão sem flores.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O que você quer??

O que você quiser.
(Adriano Mariussi Baumruck).

O que você quiser que eu seja eu sou:

Sou o herói e o carrasco
Que condena todo Zé;
Sou o chiclete mastigado
Que gruda no seu pé.

Sou a boca que te ama
E te diz palavras doces;
Sou aquele que te chama
Dos nomes mais atrozes.

Sou o gosto do sarro
De toda e qualquer piada;
Sou o gosto do gozo
Com a pessoa amada.

Sou tudo
E sou nada,
O clichê
E o que você não vê.

Sou a vontade,
O sarro,
A cirrose
E todo mundo.

Sou a jóia bruta
Que está dentro de seu corpo;
Sou a nudez do torto
Preso na sua conduta.

Sou a palavra torta
Que corta sua carne,
Que móe a sua vontade
E acaba no fim do poema.

Sou a palavra que persiste,
Rompendo a noite,
Atravessando a multidão,
Retirando-lhe da solidão.

Sou o dia-a-dia,
O hora-a-hora,
O tempo que passa
E a morte que chega.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Indo fundo.

Verme.
(Adriano Mariussi Baumruck).


E assim volto a ver-me
Preso a meus velhos ideais;
Vivendo assim: como um verme
Que ideologicamente cultiva seus restos mortais.

Moro em uma caixa
Sufocante e quente
Sem nenhuma janela
Nem sonho delirante

Mas rompo a flor de meu tempo
E arregaço-a com minha mão
Sem nenhum desprezo ou paixão,
Mas com a vontade de um contratempo.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Todas as bocas.

Bocas secas.
(Adriano Mariussi Baumruck).

Bocas secas procuram por um beijo,
Um suspiro,
Uma palavra.

- Qualquer mentira salvaria minha noite!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Notícias de jornal.

Sabe quem morreu?
(Adriano Mariussi Baumruck)

A página do obituário no jornal
É o recanto inexplorado pela nossa vontade,
Mas é expectativa certa em nossa vida.

- Viver cansa e meu entusiasmo não permite desejar a ninguém “muitos anos de vida”.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Entre manchas e sentimentos.

Borrão sentimental.
(Adriano Mariussi Baumruck).

Procuro minha alma
Dentro de seu corpo,
Minha vida
Dentro de seus olhos.

Nesse borrão de sentimentos
Vou procurando minha vida
Dentro de cada corpo,
Cada rosto,
Cada resto.