Segundo o filósofo F.Nietzsche, a existência dos seres está apoiada em pilares mentirosos,que são repetidos várias –e fervorosas – vezes,tornando-se de tal maneira,reais para quem os ouve durante um longo período.
Tal apoio é recoberto em grande parte dos casos,por uma frágil película que separa o real do utópico,que quando em mãos certas,adquire uma força monstruosa,chegando a mover peças de fundamental importância no mundo.
Atualmente,somos soterrados por toneladas e toneladas de mentiras,que são repetidas incessantemente em nossos ouvidos,servindo apenas para mostrar ao resto do Mundo,que o nosso país está muito bem das pernas.
É engraçado pensarmos,que um fator comum para essas mentiras é o nacionalismo.Vez por outra ,nos deparamos com ele enrolado em um novelo de besteiras que são ditas por nossas autoridades.Sabemos que essa consciência nacional é um dos principais ingredientes para a implantação de sistemas autoritários.
Tal sentimento quando foi outrora insuflado nas Nações,teve uma razão histórica,social e econômica para existir.Estavam na maioria das vezes tentando reerguer o país de uma crise,ou salvá-lo de uma pseudo-ameaça.Não cabe a nós julgarmos tais acontecimentos como sistemas isolados na história.
Quem antes lutava em prol de uma população,ou de uma minoria,ou de qualquer causa – banal ou não – que seja,utiliza-se hoje do poder de influência que tem,para manipular a massa popular,objetivando benefícios próprios,ou da patota que o cerca.
Nunca antes a frase “Os fins justificam os meios” fora tão bem empregada,quanto para traduzir o patriotismo do brasileiro.Esse,por sua vez,pode ser comprado,ou melhor:trocado por uma dentadura,um saco de arroz,um sapato,ou uma carona.
De fato esse sentimento só aflora em época de Copa do Mundo,ou quando falam mal do Brasil lá fora,uma vez que o futebol é uma das poucas coisas com que o brasileiro realmente se importa.
-Pra que política?política cansa.
É muito deprimente concluirmos que o patriotismo de nosso povo,só serve para manter os políticos no poder e,para de quatro em quatro anos,dar um “cala a boca” na população.
Bom pessoas,depois de algum tempo tendo que degustar uma salada musical um tanto quanto indigesta,finalmente encontramos alguma coisa com uma ótima qualidade.
De voz suave e composições sinceras,Tiê vem arrancando elogios de mestres como Caetano Veloso e Toquinho.
"Assinado Eu"
(Tiê)
Já faz um tempo Que eu queria te escrever um som Passado o passado, Acho que eu mesma esqueci o tom Mas sinto que Eu te devo sempre alguma explicação. Parece inaceitável a minha decisão. Eu sei. Da primeira vez, Quem sugeriu, Eu sei, eu sei, fui eu.
Da segunda Quem fingiu que não estava ali, Também fui eu. Mas em toda a história, É nossa obrigação saber seguir em frente, Seja lá qual direção. Eu sei.
Tanta afinidade assim, eu sei que só pode ser bom. Mas se é contrário, É ruim, pesado E eu não acho bom. Eu fico esperando o dia que você Me aceite como amiga, Ainda vou te convencer.
Eu sei.
E te peço, Me perdoa, Me desculpa que eu não fui sua namorada, Pois fiquei atordoada, Faltou o ar, Faltou o ar.
Me despeço dessa história E concluo: a gente segue a direção Que o nosso próprio coração mandar, E foi pra lá, e foi pra lá.
E te peço, Me perdoa, Me desculpa que eu não fui sua namorada, Pois fiquei atordoada de amor Faltou o ar, Faltou o ar.
Me despeço dessa história E concluo: a gente segue a direção Que o nosso próprio coração mandar, E foi pra lá, e foi pra lá, e foi pra lá.
"Aula de Francês"
(Tiê)
Aujourd’hui j’ai fais une chanson, ça c’est très elegant, un oiseau, como se diz? Est entré par la fenetrê e parou. J’appelle pour mon chat: ou tu veux ou tu veux pas. Como vai você? Actuellement, je been travaillé. La famille jouit d’une bonne santé. Bonjour madame, s’il vous plaît. O que você vai querer? Je veux deux brioches et un café au lait pour la journée. Pois agora j’ai du sommeil. O que você quer? Eu sei, je sais. Laralaralalaralaralarala, me encontre agora lá na esquina do hotel. Laralaralalaralaralarala, moi je serai toujours chez toi.
Acredito que depois de tantas pirotecnias sonoras e complexidades visuais e conceituais,regressaremos a simplicidade artística,que atinge diretamente seu alvo.
O regime comunista Engorda E engorda E engorda E engorda, Usufruindo de seus novos adeptos,que irão lutar pela sua sombra. O regime comunista Sente-se enjoado, Vê o mundo girar, Vomitando tudo na cara de seus novos fãs.
Gosto de estar perto de quem gosto E gosto gostar disso. Não complico meu sentimento Com um tímido jogo de palavras, Mas só sei que gosto de estar perto de quem gosto E gosto gostar disso.
Petróleo, Moto , Escarro. Gozo, Morro, Ralo minha moral na parede.
Ele não é ela E ela não é ele, A bela na janela pula E cai estatelada na rua, Morta, Sangrando.
Choveu durante o festival; Há dois anos não viajo; Havia poucos alunos na classe; Houve vários acidentes nesta esquina, Faz anos que não vejo o mar. Fez calores terríveis no último verão, Está tarde. Está frio.
Bom pessoas,há uma semana,fui assistir a peça :”A alma boa de Setsuan” de Bertold Brecht.O espetáculo conta com a atuação de Denise Fraga e grande elenco para contar a história “que se passa na cidade chinesa de Setsuan, três deuses disfarçados chegam buscando abrigo de uma boa alma. Somente a prostituta Shen Te aceita hospedá-los. Em agradecimento, os deuses a presenteiam com dinheiro suficiente para que ela abra uma tabacaria e mude de vida. Imediatamente, o pequeno negócio de Shen Te é invadido por uma família inteira de pedintes e desempregados. Para contornar a situação, a prostituta inventa a figura de um primo (ela mesma), que não é bondoso,seguindo-se assim a trama.”
Tive um pouco de receio de assistir uma peça de B.Brecht,uma vez que ele é tido como um dos grandes nomes da dramaturgia,sendo indicado por intelectuais e pessoas de renome.Tal sentimento logo passou,pois o enredo é atualíssimo e mostra situações,que se postas em cenário brasileiro,cairiam muito bem. É verdade que não freqüento muito o ambiente teatral,haja vista que sou mais acostumado com o cinema.É a força do habito.Mas o que realmente me surpreendeu, foi o extremo carinho e grande sinceridade com que os atores tratam o público. São vários os momentos em que a peça,com seu texto e atuação maravilhosos ,transcende,fazendo com que nós,que estamos assistindo ao espetáculo,sejamos completamente incluídos no contexto. Essa simples interação,faz com que a arte realmente pulse,mostrando toda sua vivacidade e magia.
Para muitos – incluo-me nisso! – o grande fascínio da arte é essa transcendência,tão difícil de se conseguir e,que quando alcançada merece todo o crédito.