domingo, 26 de junho de 2011

Sendo assim... continuamos !!

Chão de mágoas.
(Adriano Mariussi Baumruck)

A fumaça do meu cigarro
Seca as lágrimas que caem
Gota após gota após gota
No chão asfaltado por momentos idos.

Eu piso sobre as poças de água.
Eu piso sobre os chicletes mascados.
Eu piso nas bitucas tragadas.
Eu piso no meu chão de mágoas.

Outro dia eu vi uma flor nascer na rua,
Mas diferentemente das outras vezes
Eu não me animei.
Vi em cada pétala que brotava
A metáfora comum
De um tempo sem futuro.

Por agora
Eu acendo outro cigarro
E caminho vida à dentro.


domingo, 19 de junho de 2011

Ah se eu pudesse!

O vendedor do Mundo está de folga.
(Adriano Mariussi Baumruck)

Morena
Te daria o Mundo
Se você quisesse;
Te daria o futuro
Se a mim coubesse
Ler nos teus olhos
Tanta desilusão.

Morena,
Te daria meu passado,
Esse trapo retalhado
Que foi o que sobrou;
Te daria meu destino,
Que criei desde menino
Como um frágil bibelô.

Morena,
Te daria meu rosto,
O meu gosto
E meu desgosto
E tudo que eu posso negar.
Eu te daria o meu olho retalhado,
O meu coração pisado
Pelo salto que você usou.
Eu te daria o meu peito retalhado,
Costurado sem cuidado
Pela saudade que me furou.

domingo, 12 de junho de 2011

Maldita dualidade.

Nos menores frascos.
(Adriano Mariussi Baumruck)

Minha arte é
Certeza e contradição;
Meu erro e meu acerto.
Meus dizeres e desdizeres.

- Meu remédio é meu veneno!!


domingo, 5 de junho de 2011

Póstumo.

Anjos de pedra.
(Adriano Mariussi Baumruck)

Os anjos de pedra
Sobre a minha lápide,
Choram lágrimas hipócritas
De chuva,
Fumaça
E dor.