domingo, 24 de maio de 2009

E assim falou o homem.


Então pessoas , há quase um ano , li um livro , que já estava aqui em casa jogado , fazia tempo. Minha mãe havia comprado e começado a ler , mais nunca o terminara. Um belo dia , peguei-o e li a resenha no verso do mesmo. De primeira , o livro me assustou um pouco , visto que a resenha , era no mínimo difícil de compreender :

“Ecce Homo. De como a gente se torna o que a gente é , a mais poética – e mais grandiosa – dentre as obras dedicadas ao egocentrismo humano , é também a mais singular das autobiografias que o mundo um dia conheceu. Gerada no limiar – inclusive temporal – entre a razão e a loucura , Ecce Homo está longe de ser apenas o produto da insânia. Nietzsche foi um dos mais importantes pensadores alemães de todos os tempos e estendeu a área de suas influências para muito além da filosofia , adentrando a literatura , a poesia e todos os âmbitos das belas-artes. Com sua obra quebradiça e aparentemente fragmentária , que no fundo adquire vitalidade orgânica que lhe dá unidade através do aforismo , ele foi , na realidade , um dos críticos mais ferozes da religião , da moral e da tradição filosófica do Ocidente. Nietzsche escreveu , ele mesmo , a melhor obra para entender a obra de Nietzsche. É o Ecce Homo , sua autobiografia escrita aos quarenta e quatro anos ,o último suspiro antes do declínio , um dos mais belos livros da literofilosofia universal. Ecce Homo , ‘Eis o Homem’, pois.”

Pois bem , após ter passado por essa resenha um tanto quanto complexa , o próximo desafio para mim foi imposto, o de passar do primeiro capítulo. Foi difícil , nunca havia lido algo daquele jeito.


Como diz na resenha , a linguagem é quebradiça e fragmentária , assemelhando-se a nossa vida.

O livro , que em 90% é composto por partes de difícil entendimento , tem uma contradição implícita muito forte. Seu texto é extremamente denso , necessitando de reflexão a cada idéia nova que é sugerida pelo autor – devem ser umas três ou quatro por página - , paralelamente a isso , a linguagem presente em toda obra é cativante. Nietzsche era uma pessoa extremamente irônica e pessimista , o que transparece , pois ele encara vários fatos com uma frieza reflexiva singular.

Um dos pontos fortes do livro , é quando o autor contesta a moral , a religião e os bons costumes , mostrando que a moral é bem imoral , que a religião não é tão santa assim e que os bons costumes... bem , não são tão bons quanto os outros dizem.

O livro foi escrito um pouco antes de sua morte em 1900 , mas parece que ele teve o poder de prever o futuro.

(Adriano Mariussi Baumruck).

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