segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Sangrando.

Uma sonata vermelha.

(Adriano Mariussi Baumruck)


Aberta,
A veia aberta pulsa,
Solfejando sobre a calçada uma sonata vermelha,
Que corre descontrolada
Pondo-se aos pés da lua
Que precede o dia.

Um telefonema agita a sala.
Mais um jornal chega na banca
E nele lemos a notícia impressa,
Com o sangue que nunca estanca.

Abertos,
Seus olhos cegos de raiva me olham,
Me consomem
E me descartam.
Logo viram outros diabos
Que morreram sem ter ninguém.

Um telefonema agita a sala.
Mais um corpo , mais uma vala
E na lápide não se lê:
“Descanse em paz.”

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