domingo, 9 de outubro de 2011

Além verso!

Para além.
(Adriano Mariussi Baumruck)

Para além da língua;
Para além do beijo;
Para além da fala,
É para lá que eu vou.

Para além dos dedos;
Para além das mãos;
Para além dos braços,
É para lá que eu vou.

Para além das mentes hipócritas;
Para além das bocas secas;
Para além das vidas mortas;

Para além das caras tortas;
Para além dos olhares tortos;
Para além dos seres tortos.

É para lá que eu vou!

- porém, quando nada mais fizer sentido:

Eu vou para além do grito;
Eu vou para além da pedra;
Eu vou para além da perda;
Eu vou para além da dor.

Eu vou para além da carne;
Eu vou para além da alma;
Eu vou para além do trauma;
Eu vou para além de Deus.

Eu vou para além dos homens;
Eu vou para além dos pássaros;
Eu vou para além dos tempos;

Eu vou para além das normas;
Eu vou para além das formas;
Eu vou para além dos versos.

É para lá que eu vou!


Um comentário:

  1. Bravo! Porque, afinal, nada faz mesmo sentido! Então vá, como diria Caymmi! Mas, antes de ir, dê uma passada nos Morcegos, pelo caminho... Abraço, amigo sumido: acho que vais gostar da Poesia de lá!

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