domingo, 3 de abril de 2011

Reflexão de alta madrugada.

Silêncio móvel.
(Adriano Mariussi Baumruck)

É alta madrugada.
Abro a persiana.
Debruço na janela.
As luzes dos televisores que restam
Tingem as paredes sonolentas dos apartamentos
Acompanhando o silêncio móvel
Que ronda pelas ruas.

Os pneus rodam
Verde amarelo e os pneus cantam e o carro para.
Trinta segundos agonizantes com a luz vermelha
Encarando a lataria reluzente.
As rodas surdas cortejam a morte
Sublimada pelo sono de todos que dormem
Profundamente.
Após os trinta segundos agonizantes
O carro canta novamente
E a luz verde abre passagem
Para um momento que se vai.

Eu saio da janela outrora debruçada.
Apago a ponta de cigarro que me resta.
Caminho lentamente madrugada a dentro
E tento pela última vez cair nos braços de Morpheus
Ou de algo que o valha.

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. madrugada insone.. cidade sonolenta e tensa ainda..
    muito bom..
    falta fizeste mesmo..
    beijos.

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  3. Muito bom, meu caro: agora, sim, perdoado: bons poemas lineares-descritivos sempre salvam a Pátria verde e amarela! Abração, meu caro! E nada de parar mais no sinal vermelho, hein?! Acelere com sua sempre lúcida Poesia urbana!

    P.S.: esposa chamou minha atenção sobre observações públicas do último 'comment' que poderiam ser mal interpretadas ou malquistas - daí editei! Em querendo, veja o comentário excluído por mim no seu painel blogspot!

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  4. Poema de excelente construção, quase uma cronica poética da melhor qualidade.

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  5. És mestre na arte do ver e escrver - indissociáveis a meu meu/sentir.
    Muito bom este sítio aqui
    abs

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  6. MUITO BOM!

    Ultimamente adoro me abraçar com Morpheu!

    Beijos

    Mirze

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  7. há noites que parece que ficam para sempre e não se vão embora
    beijo
    Laura

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