O que você quiser.
(Adriano Mariussi Baumruck).
O que você quiser que eu seja eu sou:
Sou o herói e o carrasco
Que condena todo Zé;
Sou o chiclete mastigado
Que gruda no seu pé.
Sou a boca que te ama
E te diz palavras doces;
Sou aquele que te chama
Dos nomes mais atrozes.
Sou o gosto do sarro
De toda e qualquer piada;
Sou o gosto do gozo
Com a pessoa amada.
Sou tudo
E sou nada,
O clichê
E o que você não vê.
Sou a vontade,
O sarro,
A cirrose
E todo mundo.
Sou a jóia bruta
Que está dentro de seu corpo;
Sou a nudez do torto
Preso na sua conduta.
Sou a palavra torta
Que corta sua carne,
Que móe a sua vontade
E acaba no fim do poema.
Sou a palavra que persiste,
Rompendo a noite,
Atravessando a multidão,
Retirando-lhe da solidão.
Sou o dia-a-dia,
O hora-a-hora,
O tempo que passa
E a morte que chega.
ruy belo / desencanto dos dias
Há 14 horas
Genial! (mais uma vez...)
ResponderExcluirMe lembrou Gita do raulzito... esse poema poderia ser facilmente musicado hein.....
abraços!