sábado, 29 de agosto de 2009

Movimentos estudantis?

Nossos vermes.

Já faz algum tempo que eu ando bastante descrente com o nosso país.Como se já não bastasse as notícias abomináveis que vêm de Brasília,das hipocrisias tão comuns no mundo de nossas celebridades,temos um novo-velho fantasma que começa a nos assombrar:os movimentos estudantis.

Outro dia,ao ler a obra de Machado de Assis,deparei-me com um trecho da narrativa,que cabe perfeitamente para ilustrar o que eu acho sobre tais “movimentos”:

“Quando, mais tarde, vim a saber que a lança de Aquiles também curou uma ferida que fez, tive tais ou quais veleidades de escrever uma dissertação a este propósito. Cheguei a pegar em livros velhos, livros mortos, livros enterrados, a abri-los, a compará-los, catando o texto e o sentido, para achar a origem comum do oráculo pagão e do pensamento israelita. Catei os próprios vermes dos livros, para que me dissessem o que havia nos textos roídos por eles.
- Meu senhor, respondeu-me um longo verme gordo, nós não sabemos absolutamente nada dos textos que roemos, nem escolhemos o que roemos, nem amamos ou detestamos o que roemos; nós roemos.
Não lhe arranquei mais nada. Os outros todos, como se houvessem passado palavra, repetiam a mesma cantilena. Talvez esse discreto silêncio sobre os textos roídos fosse ainda um modo de roer o roído.”

É notório,que hoje em dia,as pessoas roam os restos da ditadura militar brasileira,uma vez que todos os que passaram por esse período sem grandes seqüelas,são vistos como super-heróis.

Parece que os estudantes de hoje,queriam ter nascido no tempo de seus pais,para fingirem assim,que fizeram alguma coisa de importante,mas a alienação atual é o fator que os iguala.

Esses movimentos antigamente tinham uma razão de ser,mas atualmente eles perderam o foco e a seriedade.Infelizmente.



(Adriano Mariussi Baumruck)

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